Hoje eu tomei um litro de Coca Cola

Natalia Assarito
2 min readFeb 18, 2024

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Isso provavelmente é muito mais coca do que alguém deveria tomar, mas com certeza tem gente que toma mais do que 1L por dia. Então, eu finjo que não peso quase 80kgs e que não tenho convênio médico e tenho pavor de ter pedras nos rins; e ignoro que eu tô cansada demais, já é madrugada adentro e eu prometi que pensaria, revisaria, traria pra cá só textos bonitos, mas eu preciso muito escrever. Meu texto vai ficar ruim, eu sei.

Fui ao cinema pra assistir um filme que queria muito. Cinema longe porque nos shoppings da zona norte de São Paulo só passam filmes extremamente comerciais (ruins) e dublados. Eu fiz as pazes com a zona norte, sempre morei aqui, porém nessas horas eu sinto raiva.

Sobre o filme: era musical. Nenhum lugar divulgou que era musical. Com todo respeito aos amantes de musical, eu sinto minha vida um pouco sugada quando escuto os personagens cantar — tirando Grease e Os Miseráveis e O Rei Leão e A Pequena Sereia e Alladin.

Duas horas e vinte e um minutos de canções. Mas, deu pra aguentar, a história era bonita — um pouco gospel, mas bonita (nada muito contra o gospel, só não faz meu estilo).

Na volta, no metrô — sim, eu tava de metrô e eu odeio transporte público — meu namorado falou algo que eu não gostei, eu respondi algo que ele não gostou e eu queria muito escrever sobre, mas não posso expor nossa relação. E, obviamente, chegando em casa, discutimos via WhatsApp por 2h. Foi nossa primeira briga. Segunda fazemos 4 meses juntos.

Dois dias atrás eu perdi meu principal cliente, praticamente toda minha renda, e eu não me conformo que voltei pra estaca zero. Gosto de ser autônoma, parece que o burnout tá mais distante. Mas, não sei mais como vou pagar minhas contas.

Eu preciso de terapia. Eu preciso aprender a brigar com o meu namorado entendendo que relacionamentos se discutem e que isso não significa que eu era melhor solteira. Eu preciso de clientes novos. Eu preciso trocar de DIU porque o meu venceu e eu tenho medo de engravidar e não ter dinheiro pra sustentar um filho, mas, principalmente, tenho medo de parir porque eu teria que parir no sus e não me deixariam fazer uma cesárea, eu imagino — eu penso nisso toda hora.

Eu tenho: um musical gospel e um curso de canva da udemy (que é bem legal!). É muita coisa pra se ter e pouca cabeça pra conquistar. Não sei como terminar e, pelo jeito, nem como começar.

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Natalia Assarito

cientista social. Transformo angústias em texto. Instagram: @nanaleitora